quinta-feira, 22 de maio de 2014

Quando etiquetas valem mais do que afeições


Por Aléquison Gomes

Eu ví uma mulher saindo de uma loja com uma sacola nas mãos.

Ela correu em direção á sua filhinha que fazia aniversário e com um sorriso no rosto entregou um presente á menina.

A garota desembrulhou o pacote e imediatamente verificou a marca que estava na parte inferior do objeto. No mesmo momento ela deu um grito de raiva e jogou o pacote no chão.

O brinquedo não era da mesma marca que ela viu sua personagem preferida exibir em um programa de televisão.

A menina desandou a chorar! A mãe tinha acertado no modelo do brinquedo, mas a marca não era a exigida pela criança (evidentemente essa era cara demais).

Ai eu fiquei muito doido!

Eu que nem sabia que uma criança de cinco anos conhecia etiquetas.

Com tristeza vi a decepção da mãe...

Com mais tristeza ainda, ví que de fato o mundo anda muito mal: marcas valem mais do que afetos.

Ví que uma dose letal de sarcasmos está invadindo até os mais puros corações, como os das crianças, que também já estão virando marionetes das marcas, das propagandas, dos símbolos, dos números, do consumismo ilimitado.

Uma guerral! Uma guerra entre pais, filhos e irmãos, onde vencedor é aquele que mais se enfeita dos lixos que são produzidos pelos milionários, que ficam mais milionários ainda e empurrados na garganta de quem aprendeu a viver de acordo com a agenda das aparências.

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