terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pra variar a moçada da igreja passou a largo...



Por Aléquison Gomes

Edú é um nome fictício de um personagem da historia que vou contar a seguir!  Ele é um cara como qualquer outro, leva uma vida nos protótipos convencionais.

 Tum trabalho, uma rotina, e uma família. Sai pela manhã e volta à tarde.  Mas, um dia desses foi diferente! Quando acordou para ir ao trabalho, não sabia que esse dia reservava uma surpresa que marcaria inevitavelmente sua vida. Claro que seria uma experiência dolorosa, apavorante, recheada de medo, dúvidas e dores físicas.

 Mas que também traria uma percepção diferente de tudo àquilo que acreditava.

 Eis o ocorrido:
Ele saiu e percorreu o caminho em direção ao seu local de trabalho, na estrada, porém; foi surpreendido por um homem com armas, faminto por violência, cheio de ganância, ódio e corrupção. Este repentinamente o atacou e o jogou no chão, deferindo pancadas violentas em todo seu corpo; roubou-lhe todo o dinheiro e foi embora.

O rapaz ficou ali surrado, quase morto! Enquanto as horas se passavam, ele lutava com o ar pela respiração. De repente, ao longe enxerga alguém passando por ali, no mesmo instante seu coração se enche de alegria, pois pelas roupas do viajante reconhece que se tratava de um líder de uma igreja, um religioso conhecido por fazer caridades em locais públicos e receber aplausos sociais.

 Edú  respirou fundo; tentou acenar com uma das mãos para o beato, que para sua surpresa,  olhou,  resmungou alguma coisa como uma reza ou oração, mas seguiu seu caminho,  cético e indiferente, sem nada  fazer. Antes mesmo de se recompor daquele esforço anterior, o jovem homem percebe novamente a chegada de outro individuo, levanta os olhos com dificuldades e mais uma vez identifica o recém chegado. Pela devoção no falar e o levantar das mãos em preces, tratava-se também de alguém da FÉ. Um conhecido religioso e assim como o primeiro, provavelmente um padre ou pastor.  

O rapaz num esforço quase absurdo tenta se mexer para ser notado e receber a ajuda que precisa. Mas essa segunda figura religiosa, a exemplo da anterior também olha, resmunga  algo sobre demônios ou encostos, mas segue seu caminho deixando o pobre moço jogado às traças! 

Ainda tentando entender as condenáveis atitudes de quem ele tanto admirou durante toda a sua vida, o moço nota a aproximação de uma terceira pessoa! Mas esse não tinha trajes convencionais e adequados para gente do bem, como entendia nos seus julgamentos morais. 

O homem que estava vindo em sua direção não apresentava boa fama entre os clérigos, muito menos freqüentava templos religiosos, aliás, ao contrário disso ele era odiado pelos representantes de igrejas, criticado por rebeldia social e acusado de ser herege ou algo que segundo eles, representava perigo para a fé. Levando em consideração a reputação da pessoa que se aproximava, DESISTE de pedir ajuda. “Esse incrédulo vai acabar me matando de vez” pensou consigo mesmo! Então arrisca ficar imóvel para não ser percebido, mas o esforço é inútil. O homem já o viu; e vem em sua direção. 

Edu fecha os olhos, não quer nem pensar no que pode acontecer com ele, quando de repente sente os braços do homem tocar sua nuca, o colocando nos ombro, o rapaz perde as forças completamente e desmaia. No dia seguinte acorda em um Hotel, com suas feridas tratadas, roupas limpas, alimento ao lado da cama, banho quente preparado, não sente mais dores, recebeu medicação; percebe isso pelas ataduras que estão por todo parte no seu corpo.

Na saída lhe dão a informação de que tudo foi pago pelo estranho de reputação duvidosa entre os religiosos. Não bastasse isso, o forasteiro ainda deixou uma quantia em dinheiro para ele voltar pra casa. O homem que representava o desprezo foi quem o levantou.

Mas quem deveria fazê-lo;  ironicamente preferiu passar a largo. A percepção de Edu sobre amor e religião muda imediatamente, sente o coração dançar dentro do peito, entende o que até então não fazia sentindo.

 Nota que tem algo no bolso parece um papel! Ele tira e vê que é um bilhete, com uma frase rasurada que diz: Agora vá e faça o mesmo bem que recebeu, a todos quantos você encontrar pelo caminho, pois essa é a verdadeira religião, essa é a FÉ que faz sentido! 

Bom, essa é minha versão da parábola do bom samaritano, contada por Jesus no Novo Testamento! Espero que tenha entendido.

Abraços

Aléquison do Caminho

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...